Ano novo, vida nova?
(imagem retirada do Google)
Estamos a três dias de um novo ano e, embora um pouco diferente, muitos cumprirão o ritual de sempre. Sim, um ritual que, mesmo com restrições e isolamentos, será mantido. Não estou a falar de comida. Estou a falar nas resoluções de ano novo.
Quando o relógio marcar as zero horas (ou vinte e quatro, para os perfeccionistas), será o começo de um novo capítulo. Pelo menos é o que se espera. Ou será apenas mais um ano de promessas ou resoluções por cumprir. Tudo dependerá do grau de compromisso e seriedade de cada um.
A verdade é que, demasiadas vezes, damos por nós a desejar e a comprometer-nos com coisas que não nos dizem nada. Fracasso na certa. Isto é uma forma de violência, levada a cabo por nós mesmos.
Se há algo a reter neste ano que termina é que mudar custa: dói. Relembro-me dos dias de confinamento em que todos se tornavam pessoas melhores e que era só solidariedade e compaixão. Passaram-se meses, desconfinou-se e, de repente, sofremos de uma amnésia. Todas as resoluções e promessas ficaram algures, bem lá a trás no tempo, confinadas permanentemente. Claro que houve e há excepções (valha-nos isso), mas de um grosso modo este foi o resultado final.
O que é que importa realmente para que não condenemos ao falhanço as resoluções de ano novo? Bem, acima de tudo, é sermos verdadeiros connosco. Portanto, é importante conhecer a nossa essência. Quem somos. O que nos move. O que nos faz sorrir. Ter a capacidade de decidir, em consciência, o que se quer melhorar e estar disposto a lutar por isso. Ter a coragem de não deixar que nada se intrometa no percurso. Ter a coragem de mudar.
A mudança nem sempre é tão desejada como é anunciada. Implica dor, da ruptura com o anterior, medo, do desconhecido, e força, para enfrentar as adversidades que vão surgir (surgem sempre).
O novo ano aproxima-se a passos largos e está na hora de parar e ponderar. Será que vou repetir as mesmas resoluções que vem a falhar ano após ano? Será que vou fazer uma mudança real, que vá ao encontro da minha verdade, e comprometer-me de forma séria e responsável? Ou será que, o melhor é estar quieto e manter-me como estou? Tens todas estas possibilidades e talvez muitas outras. O mais importante de tudo, muito mais de que um novo ano que começa, é que tens o poder de escolher. Escolhe.